/eks waɪ ədˈventʃərəs/

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Season 3 — Capítulo 02

A mulher estava parada no pé da escada, olhando pra Y com aqueles cabelo em um tom azuis berrante, a cinturinha fina, as pernas firmes e torneadas e aquele óculos futurístico tapando boa parte do rosto, parecendo-se mais com uma máscara do que com um óculos em si. O sol tornando-se cada vez mais distante no horizonte e o tom rosado no céu combinavam perfeitamente com o uniforme laranja da Team Flare que ela usava. O uniforme por si só, explicava porque tantos alunos corriam em direção aos dormitórios e gritavam assustados enquanto Y e sua amiga Shauna estavam vindo pra cá, o que deixava as duas amigas completamente a sós com a criminosa.
        — Natalie, eu... — Falou a mulher, com uma voz cheia de ternura e um ar de arrependimento.
        — Mãe? — A Garota espantou-se ao ouvir a voz da mulher, extremamente igual a de sua mãe, embora o corpo lhe parecesse totalmente diferente. Estava uns 15 quilos mais magra e o escuro cabelo curto e rebelde agora era azul, liso escorrido e preso em um penteado que demonstrava fios compridos e longos. Além disso, sua mãe nunca se vestiria assim. Ela sempre usava roupas de marca, casacos de pele, sapatos de salto alto caríssimos e andava sempre desfilando pela casa com uma taça de champanhe na mão. Mas aquela voz... Aquela voz tocava o coração de Y, que começou a sentir seu rosto encher-se de lágrimas quentes, ardendo na pele por onde escorriam.
        — Isso mesmo, filha... — Concordou a mulher ali parada, conhecida mundialmente por seu codinome da Team Flare: Mable. — Temos muito o que conversar...

POKÉMON XY ADVENTURES APRESENTA:

Season 3 — Capítulo 2
Ω Mamãe?! VS Charmeleon

Y não sabia o que dizer, não sabia o que fazer. Suas pernas pareciam paralisadas, coladas ali ao chão. Como é que sua mãe poderia estar ligada com aqueles trastes? E como é que entrara na Escola depois de tantos guardas de segurança terem cercado o prédio? Por fim, tudo o que queria era espancar aquela mulher até que ela voltasse ao normal. Talvez estivesse sendo controlada, assim como Diantha e X há algumas semanas atrás.
        O olhar da garota percorreu rapidamente o pescoço da mulher, mas não havia nenhuma coleira, como foi com a Gardevoir de Diantha. Também não havia nenhuma marca de aparelhos eletrônicos que pudessem estar lhe dano choques ou machucando, a não ser o óculos, que Mable retirava cuidadosamente do rosto, revelando olhos azuis tão intensos quanto os de Y. A semelhança era incrível e ao mesmo tempo assustadora.
        — Não pode ser... Não pode ser... — Murmurou Y, que agora estava ajoelhada, com os olhos bem fixos em sua mãe, que não se mexia e nem ousava falar nada. Estava simplesmente ali, olhando a garota com um olhar de quem pede piedade.
        — Y, eu... — Mable começa a falar, mas suas palavras se perdem no ar. — Eu... Eu sou a Razão pelo qual a Team Flare está lhe perseguindo! — Continuou a mulher, encontrando forças para conseguir falar essa última parte.
        — O QUE? — Exclamou Shauna. — QUER DIZER QUE VOCÊ ESTÁ CONDENANDO A PRÓPRIA FILHA?!
        — Shauna, eu... Não é bem assim. Estou tentando conversar com Y desde que ela entrou nesta Escola. Enviei uma mensagem, mas quem recebeu, segundo Xerosic, foi um garoto de cabelos azuis e um Furfrou medonho. Depois disso enviei Grunts para atrair sua atenção, mas o plano foi por água abaixo quando aquele menino de preto apareceu e os pôs pra correr... — A mulher falava com uma real inocência, como se aqueles ataques da Team Flare não fossem tão perigosos quanto pareciam.
        — Eu... Eu realmente... Sinto muito. Eu só queria te dizer, Y. Que você pode vir comigo! — A voz da mulher começa a falhar e Y percebe que ela também está em prantos. — Eu convidei a Lucy, é claro. Mas ela se recusou a vir comigo! Me disse que eu estava ficando louca e deixou nossa casa, buscando seu pokémon inicial e iniciando sua jornada pokémon!
        — Ah, é claro que você ia convidar a sua filhinha preferida, não é? — Berrou Y, que ainda não parecia acreditar estar vendo aquela mulher ali na sua frente.
        — Lucy não é minha filha preferida! É só que eu e ela somos mais próximas e--
        — MENTIRA! — Urrou Y, com um suspiro de dor a voz. — Quantas vezes você me bateu quando era a Lucy quem tinha incendiado os tapetes ou quando era ela que tinha saído à noite? Você não lembrada, dona Soraya, ou seja lá qual for a sua droga de nome agora!
        — Eu... Y, isso são águas passadas! Eu não vim aqui pra tratar disso e você sabe muito bem! — Berrou Mable em resposta.
        — Ah, é? Então pra que é você veio? — A garota agora tremia violentamente, dos pés à cabeça. Shauna sabia que a fúria havia se instalado no corpo da amiga. — Pra tentar me convencer a entrar pra Team Flare?
        — Assim como fiz com sua irmã Lucy! — Mable agora não parecia mais com receio ou remorso, mas amargurada. — E DEU CERTO COM ELA!
        Shauna e Y se olharam rapidamente e logo voltaram a encarar Mable, certas de que aquela foi uma revelação e tanto. Afinal, Lucy era mesmo uma Flare? Mas porque viera pedir ajuda para Y? E por que saíra tão depressa da cidade depois que Diantha foi derrotada?
        — A Ratazana é da "Equipe Labareda"? — Shauna parecia sentir nojo de ouvir aquilo.
        — Ela, digo... Lucy não queria inicialmente se alistar, ela não se convenceu mesmo depois de  eu ter a perseguido por sete longos dias por toda Kalos, na época, Parisia. Contei-lhe toda a verdade, e ela simplesmente recusava-se a acreditar.
        "Desde então, ela desapareceu sem deixar vestígios e, sem querer um dia desses, ela topou com a Team Flare sem querer, permitindo que eu a localizasse. Mais uma vez eu corri atrás dela e a fiz ouvir todos os nossos planos. Teimosamente, Lucy escapou de novo. Mas agora tínhamos o seu rastro e ela vinha vindo para a cidade de Shalour pelo mar.
        "Achamos que tínhamos perdido a garota para sempre no bosque, mas sabíamos que em algum lugar ela tinha de estar. Nesse meio tempo, tentei entrar em contato com você no Contest e enfim... Em todas as ocasiões que você foi supostamente atacada... Mas você sempre escapou... E então depois de um tempo, um de nossos capangas que ficaram de vigia na floresta adjacente à sua Escola finalmente avistou um menina saindo de um tronco de árvore que dava em uma passagem secreta para uma sala subterrânea ao lado de um velho senhor de jaleco sujo: Chevalier. Mas os capangas não sabiam se era Lucy ou se era você. São tão parecidas afinal. Decidiram perseguir quem quer que fosse, afinal, qualquer uma das duas pegas era sinônimo de benefício.
        "Nossas buscas continuaram então e para nosso azar, naquele mesmo dia, ou melhor, naquela mesma noite, Lucy saiu de seu esconderijo e encontrou com você e seus amigos na floresta. De fato era ela quem estava com Chevalier anteriormente, e foi então que começou o combate. Você sabe bem como aquilo terminou...
        "Então no clarear do dia, Lysandre Fleur-De-Lis veio resgatar Diantha que, para vocês, sumiu sem deixar nenhum vestígio, topando com Lucy, a única que viu o que realmente aconteceu à Campeã. Você estava desacordada e seu pokémon também. Certamente não viram quando Lucy foi até Lysandre e abraçou à causa, pedindo, ou melhor, suplicando para entrar na equipe e se juntar à sua mãe.
        "Lysandre é um chefe bonzinho e é claro que deixou Lucy entrar, mas sob algumas restrições como a destruição completa de sua pokédex e outras ferramentas que permitissem sua localização. A garota foi então levada para o quartel-general e agora tem ajudado a encontrar Mega Stones."
        — Então naquela noite Lucy ainda não fazia tarde da Team Flare? — indagou Shauna, que achava tudo muito suspeito e duvidoso. De fato, a fonte não era confiável.
        — Não. Mas parece que toda aquela batalha a fez perceber que estaria perdida caso não passasse para o lado dos que sobrevivem! — replicou Mable.
        — Como assim o "Lado dos que Sobrevivem"? — Y espantou-se ao ouvir sua mãe, ou melhor, aquela mulher, dizer aquilo. O que significava afinal?
        Mable ficou em silêncio por um tempo e então, tomando bastante fôlego, respondeu:
        — Lysandre vai matar quem não estiver com ele! Todos... Todos os que ficarem de fora estarão condenados à morte! É por isso que eu quero que você venha pra gente, Natalie! Para Sobreviver!
        — Me desculpe, mas não! — Gritou Y. — Eu prefiro morrer do que me juntar a criminosos!
        — Mas Y... — Insistiu Mable, embora a garota já não lhe desse mais atenção e ia virando as costas para a mãe. — Espere! Eu... Tenho uma coisa pra lhe dar! — Gritou Mable, que, com sucesso, fez Y se virar e encará-la.
        — Me deixa em paz, entendeu? Eu quero ser uma garota normal! Não quero ficar sendo perseguida por criminosos! — Y tremia novamente e desta vez estava pior do que antes.
        — Eu... Apenas aceite este presente.
        Mable ergueu uma pokébola em suas duas mãos para Y pegar. A garota hesitou por um instante e então pegou-a.
        — O que é? — Por fim perguntou.
        — É um pokémon que você já conhece: Limbo! Por favor, tome conta dele!
        — Limbo, o nosso Charmander de estimação? — Y lembrou-se de um pokémon ranzinza que constantemente cuspia fogo por toda a casa, fazendo com que ela apanhasse da mãe, ficando com toda a culpa. — Essa eu quero ver! — Y deu um sorriso de desafio e disparou a bola pra cima, revelando não um Charmander, mas um pokémon mais forte e mais resistente.
        — Chaaar! — Bradou o Charmeleon com uma voz grossa.
        — Apenas aceite Limbo como seu Pokémon! — disse Mable, que agora recolocava os óculos futurísticos no lugar. — Eu... Eu não posso forçá-la a vir comigo, mas sabia que esta foi só a primeira tentativa! Eu voltarei!
        — Aqui? Ah, não! Aqui você não vai voltar! — Y começou a gargalhar do nada. — Experimenta ameaçar gente inocente e arcar com as consequências! — Ameaçou a garota.
        — Não... Eu não vou voltar AQUI! Eu vou voltar aonde quer que você esteja, Y! — Mable pressionou com força o símbolo da Team Flare em seu cinto e seu corpo começou a ficar mais etéreo. — Se cuida!
        E antes que a garota pudesse devolver Limbo, Mable já havia desaparecido, como um fantasma. Shauna e a amiga ficaram ali boquiabertas, olhando para o Charmeleon que coçava umas pulgas próximo ao traseiro.
        — Volte, Limbo! — Y apontou a pokébola para o pokémon, que brilhou em um tom vermelho-vivo e desapareceu, entrando dentro da esfera. — Bom, acho que não tem mal algum eu ficar com ele! Mas vamos ter cuidado! Toma! Leve a pokébola pro Zack analisar se não tem nenhum tipo de rastreador ou coisa do gênero!
        Shauna pega a pokébola, mas continua parada no mesmo lugar, olhando muito assustada para Y e então, como se só agora tivesse reparado no quão sinistro aquilo tinha sido, ela começa a falar.
        — Y... A Lucy! A Sua Mãe! Ah, que coisa horrível! Eu... Sinto muito!
        — Lucy, Lucy, Lucy... A Ratazana sempre acha um jeito de me incomodar, não é? Mas dessa vez não devemos nos preocupar com ela! Ela me alertou que mamãe estava trabalhando na Team Flare, embora eu tenha entendido que ela tinha sido sequestrada ao invés de ter sido contratada! De qualquer forma, mamãe nunca foi boa pra mim! Só pra Lucinha, a filha preferida dela! E a gêmea infernal... Bem, por enquanto não nos preocupa!
        — Como assim não nos preocupa? — Shauna alteia seu tom de voz; — Ela é sua irmã, Y! E está trabalhando junto com sua mãe para destruir a todos que não passarem pro outro lado!
        — Não, não... Shauna, você não entendeu! Não devemos nos preocupar com a Lucy porque fui eu quem mandei ela se infiltrar na Team Flare! Delphox me ajudou a convencê-la exatamente no momento em que desmaiei naquela manhã quando estava lutando contra Diantha! Lucy estava lá e foi ela quem me levou até Zygarde. Eu sabia muito bem que ela estava sendo sincera comigo e falando a verdade. E depois do que fez... Depois de ter entrado na Team Flare porque eu pedi... Ela realmente sabia dos riscos e mesmo assim foi em frente para ajudar a mim e a todas as vítimas dos criminosos! É... Vejo que minha maninha está realmente se tornando uma boa pessoa!
        E Y deu às costas a Shauna, limpando as lágrimas e abrindo um belo sorriso no rosto, preferindo esquecer de tudo o que vira e ouvira agora á pouco e voltando a contentar-se com a notícia de que estava "livre". Shauna, no entanto, continuou ali parada em estado de choque pensando em como sua amiga era tão forte a ponto de suportar tudo aquilo.

Continua...


Pokémon XY Adventures || Nothing Lasts Forever and Ever (Season 3) – Janeiro de 2014 – A cópia ou redistribuição desse material é totalmente proibida.
Pokémon e todos os respectivos nomes aqui contidos pertencem à Nintendo.

Ao escrever a fanfic o autor não está recebendo absolutamente nada, ou seja, não há fins lucrativos e nenhuma obtenção de lucro com a escrita dessa história. A fanfic foi projetada apenas como uma forma de diversão, de entretenimento e passatempo para outros fãs de Pokémon. ~

4 comentários:

Lucas Master said...

Amo essas reviravoltas de filmes, livros fanfic's... Cap mt bom!

Ricardo Lima said...

Sempre estive planejando isso. De algum modo, eu sempre acabo colocando reviravoltas na história. SEMPRE.
Sei lá, acho que é o meu estilo. :v

Haos Draconeon said...

Cara, pelo amor de Deux, pede pra Y me dar o Limbo, eu gostei dele (rs). Amei de coração o capítulo, quero mais viu?

Ricardo Lima said...

Sábado que vem tem mais (Embora o próximo seja mais chatinho). E obrigado por ter lido e comentado ;) [tá raro hoje em dia]

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