/eks waɪ ədˈventʃərəs/

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Flashfire #3

NOTA: Ao todo, contando Side Stories, Filmes, o Especial Season 2.5, Epílogos e Capítulos Comuns, este corresponde ao número 93. Faltam 7 Capítulos para o número 100.



Com a saúde melhor do que nunca, o pobre garoto saiu de sua casinha em Geosenge Town, deixando o Reverendo Francois para trás. Ele nunca havia feito isso antes, mas, de acordo com as leis da região de Parisia, ou ele saía de casa aos dez anos de idade para sua própria jornada pokémon, ou ele ficava estudando mais até os dezessete, para obter melhores condições de vida. No entanto, a pobre criança não tinha condições nem comprar uma roupa decente e o dinheiro arrecadado pelo Reverendo era suficiente apenas para manter sua alimentação e necessidades básicas.
        Por sorte, o sacerdote religioso havia conseguido para o menino, que adotou e acolheu como seu após a terrível a trágica morte precoce de sua mãe, um cartão postal. Tal cartão é emitido pelas autoridades de Parísia em uma quantidade máxima de 100 por ano. Isso ignifica que apenas as cem melhores crianças de dez anos (ou as cem que tiverem mais sorte) conseguem sair em uma jornada nesta tenra idade. Todas as outras, as quais não conseguiram um cartão-postal, devem aguardar até os dezesseis, dezessete anos, quando os cartões chegam de maneira mais fácil (muito mais fácil) até suas mãos.
        Mas a pobre criança se sentia abençoada naquele momento. Sua mãezinha querida que sempre se esforçou tanto para lhe proteger, estava agora em um lugar muito distante, de onde não podia o ajudar, mas ele, enquanto um jovem homenzinho, iria lutar para conseguir sustento. E quando se fala em lutar, é no sentido literal da palavra...

>Lumiose City — Laboratório do Professor Patrice

        — D-deve ser aqui... — A criança tremia à porta de um apartamento qualquer na agitada cidade de Lumiose. Do joelho para baixo, sua pele estava totalmente exposta ao caótico frio de inverno, e ele não tinha nem mesmo um tênis para calçar. Usava chinelos remendados com pregos enferrujados e todo o pouco tecido que o cobria, estava esfarrapado.
        Rapidamente então esfregou as mãos para esquentá-las (pareciam até pedras, de tão geladas que estavam) e tocou a campainha do laboratório, na esperança de entrar e enfim se aquecer. Não demorou muito e um senhor de idade apareceu, os olhos saltando ao ver o pobre menino encolhidinho de frio.
        — Professor Patrice? — Pergunta o garoto.
        — Entre, entre! — disse o velhinho, imediatamente retirando seu casaco e colocando-o sobre o garotinho.
        O moleque acomodou-se em um sofá peludinho, abraçando-se ao móvel, a fim de obter um pouco de calor nem que fosse. Vendo a situação, o velho professor e pesquisador pokémon foi até a cozinha e lhe trouxe um pouco de chocolate-quente, recém feito.
        — Então, o que o traz aqui? — pergunta o professor Patrice.
        — T-tenho um cartão-postal, senhor. — Responde o menino, retirando de dentro de sua mochila rasgada um papel todo amassado. Era o cartão postal preenchido com todas as suas informações pela letra suicida do Reverendo Francois. — Eu vim para me tornar um Treinador Pokémon!
        — Ah, você deve ser o menino do qual o Reverendo Francois me advertiu! Eu reconheceria esse garrancho em qualquer lugar.
        O professor começou a rir, mas o menino estava muito sério. Parecia na verdade um pouco preocupado. Então perguntou:
        — Professor? O senhor acredita em Deus?
        Então o pesquisador lhe responde:
        — Meu jovem, eu acredito no Amor. Nenhum ato cometido nessa vida é mais puro e belo do que o amor.
        — Amor? — O garoto  parecia não estar muito convencido com aquela resposta.
        — E você? Acredita em Deus? — Então pergunta o professor.
        — Eu costumava acreditar... Até ele tirar minha mãe de mim, senhor. É por isso que eu vim até aqui! Para poder ganhar dinheiro em batalhas pokémon! Ela era a única pessoa que eu tinha...
        E então começa a chorar, tendo em vista que fazia pouco tempo desde que sua mãe se fora.
        — Não chore, não chore. — E o professor abraça o menino. — Ouça: A temporada de pegar pokémons iniciais acabou faz tempo! Tanto que eu não tenho mais nenhum aqui comigo!
        — Mas professor! Eu preciso muito disso! Eu preciso!
        — Eu sei. Eu sei. É por isso que irei lhe apresentar outros monstrinhos. Particularmente, estes foram capturados por pura diversão. Estou velho, já não me exercito há tempos, mas decidi pegar meu Chesnaught e sair por aí batalhando com todo mundo.
        O velho senhor então encaminha o menino para uma peça menos aconchegante que a sala de estar. Era o Laboratório em si: uma mistura de biblioteca (contendo uma parede de cima a baixo com exemplares de livros) com uma nave espacial super tecnológica, onde haviam vários controles, painéis, telas, fios e é claro, todos os modelos de pokébolas imagináveis, de todos os tipos e cores.
        — Por aqui! Isso mesmo! Venha!
        O menino se aproxima com um pouco de receio de um balcão com algumas pokébolas em cima.
        — Vejamos... Este aqui... Este aqui é o Helioptile! — diz o professor, lançando a boal ao alto e revelando uma amável criaturinha meio réptil meio cão-linguicinha.
        — Que bonitinho! — Disse o menino, correndo para abraçar o pokémon.
        — Oh! Não faça isso!
        Mas era tarde demais para a advertência do professor. Helioptile já havia eletrocutado o menino com seu Parabolic Charge.
        — Você está bem? — O velho senhor segura o menino antes que caísse no chão.
        — Ai... Só estou um pouco zonzo, obrigado. — E o menino se apoia na mesa, aguentando ficar de pé. Aquilo não chegava nem perto de suas frequentes dores no peito que agora, para seu alívio, haviam se extinguido para sempre.
        — Tem certeza?
        — Tenho. — Respondeu confiante o menino. — Vamos continuar.
        Assim, o Professor Patrice dispara mais uma pokébola ao alto revelando...
        — Clauncher! Um crustáceo super-hiper-mega-raivoso! Portanto, evite contato!
        — T-tudo bem então...
        — E por último, Fletchling, um excelente pokémon voador para treinadores iniciantes!
        — Aai! Esse dá pra tocar?
        — Não é aconse--
        E nos mesmo instante, Fletchling enche seu corpo com chamas, respondendo pelo professor.
Flame_Charge
        — Acho melhor não! — diz o menino, afastando-se da mesa.
        — Bem, um desses três pode ser seu! — diz o professor finalmente. — Escolha um e então terá um parceiro de jornada!
        — Eu vou escolher... Bom... Deixa eu pensar... — O menino começa a pensar, olhando para todos os cantos do laboratório, como se a resposta fosse lhe surgir só de observar aquelas prateleiras atulhadas com livros, novos e velhos.
        Eis então que alguma coisa chama sua atenção. Não era mais um rato de laboratório ou uma peça tecnologicamente avançada, mas um pequeno pokémon que anteriormente passara despercebido, cochilando no topo da pilha mais alta de livros, a poucos centímetros do teto.
        — E ele? — Pergunta o garoto.
        — Ele quem?
        Então o menino aponta para o pokémon de aparência fofinha e meiga.
        — LITLEO! O que faz aí em cima!? — O professor logo pega uma vassoura que estava atirada no chão e cutuca o pokémon lá no alto, que depois do berro de Patrice, já estava acordado.
        — NÃO! — O menino intervém.
        — Eu não vou machucá-lo! Veja!
        O pesquisador dá uma batidinha de leve nos livros abaixo de "litleo" e o pokémon salta de lá de cima, caindo exatamente como um felino: "de pé" no colo do garoto.
        — Aaai! Ele é quentinho! ♥ — Rapidamente o menino abraça o pokémon, que começa a lamber seu rosto com uma mínima linguinha quente como fogo. — Ei! Isso faz cócegas!
        — Sabe, garoto... Litleo é um pokémon que peguei para ser de estimação, no entanto, com as demasiadas conferências e eventos onde sou convidado a participar, ele fica aqui, sozinho em meu laboratório. Por isso, ele sempre acaba fazendo travessuras! Quer se divertir e ao mesmo tempo... Chamar minha atenção. Esses tempos ele roeu os fios de meu computador central, paralisando minhas atividades como pesquisador por um dia. Outra vez, derrubou todas as minhas estantes. Tive que reorganizar todos os livros, um por um.
        — Que sapeca você, hein? — Diz o menino erguendo o pokémon por baixo dos braços, como um bebê.
        E Litleo retribui com mais umas linguadas no rosto do garoto.
        — Bem, eu ficaria contente se cuidasse de Litleo para mim. — diz o professor. — Parece que ele gostou de você, não acha?
        — É verdade, é verdade!
        — E então? Vai querer ficar com ele ou vai preferir um dos outros três lá na mesa?
        O menino espia a mesa e então se arrepia todo, se imaginando no controle de um daqueles três malvados.
        — Bem, acho que vou escolher esse aqui! — Diz o menino, abraçando Litleo. — Ele só precisa de um pouco de atenção, amor e carinho!
        — Tudo bem então! Litleo, este é o seu novo treinador! Tenho certeza de que ele será melhor do que eu!
        Litleo pula no colo do Professor Patrice e o lambe no rosto, entendendo que aquela era uma despedida.
        — Ahahah! Veja só! Ele sabe! E parece que gostou de ter te encontrado!
        — Yeeaah! Eu peguei... meu primeiro pokémon!
        E Litleo volta pro colo do garoto, derrubando-o no chão e então novamente lambendo seu rosto.
        — Gyahahahah! Isso faz cócegas! Faz cócegas!
        Então, ao ver aquilo, o Professor Patrice fica pensativo, com uma pontada de dor no coração...
        "Quem diria... Uma criança tão pura, tão simples, humilde e ingênua com uma história tão triste, tendo conviver com a perda da mãe... Que Arceus o abençoe eternamente, e que a sorte esteja a seu favor em todos os momentos de sua jornada... Ele vai precisar."

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